19.3.07

Radar (intuição) gay

Para quem leu o post anterior, deve ter ficado claro que eu sou um total estranho à cena GLS e que nunca na minha vida, até ao presente momento, calhou ter um amigo ou amiga que se assumisse enquanto tal.

Mesmo desconhecendo, não gosto de estereótipos. Muito menos de caricaturas. É um facto que alguns filmes actuais ― como o tantas vezes citado Brokeback Mountain ―, e até mesmo novelas mais recentes, ao abordarem a homossexualidade sem cair no cliché fácil do cabeleireiro abichanado ou do costureiro que sempre vira a mão e revira os olhos, têm contribuído, e muito, para mudar mentalidades e desmistificar a realidade em que essas pessoas vivem.

Ainda assim, quem está de fora, como é o meu caso, por muito que tenha a cabeça aberta e tente banir o preconceito, acaba sempre por tropeçar nas imagens das paradas gays, que não duvido serem importantes, mas que me assustam um pouco pelo seu lado excessivamente artificial e folclórico, e no discurso irredutível, muitas vezes a raiar o “olho por olho, dente por dente” ― ou seja, intolerância paga-se com intolerância ―, da militância gay. Irrita-me, digo-o aqui abertamente, quando me vêm com a estória de que, no fundo, todos os homens são gays (e se não o são é por falta de oportunidade…) ou acham legítimo, em nome de uma causa, desmascarar gays, sobretudo se forem figuras públicas, porque estes têm a obrigação de dar o exemplo… Tudo isto me deixa de pé atrás.

E o que tem esta conversa fiada a ver com o título deste post, o radar (intuição, se preferirem) gay? Pois bem, tal como tenho reservas sérias em relação ao acima citado ― se calhar devido à minha falta de convívio com gays, admito ―, também sempre encarei com grande desconfiança essa estória, quase um mito, do radar gay, cuja infalibilidade muitos defendem como se fosse um dado científico. Pergunto: os gays, assumidos ou em negação, conseguem mesmo identificar-se uns aos outros só pelo olhar, por exemplo?

Na minha pesquisa solitária pela blogosfera, à procura de respostas para as minhas dúvidas existenciais, encontrei aqui um texto muito interessante sobre o olhar gay. A avaliar pela opinião do autor do post, e de todos que comentaram a seguir, este defende a tese que um gay sempre sabe, só de olhar nos olhos (para começar, diz ele, só os homens gays se olham nos olhos), se o outro é ou não, independentemente de estarem ou não assumidos!?

Faz pouco tempo, alguém que foi, em parte, responsável pelo processo que desencadeei de auto-conhecimento ― e a quem dedicarei, possivelmente, o próximo post ―, veio-me com essa conversa. Na altura, reagi de forma trocista e não resisti a brincar: esse tal de radar, é de origem ou pode-se mandar vir pela Net?

A verdade é que o assunto me ficou a martelar na cabeça. Sempre fui bastante na minha e distraído, apesar de observador, pelo que, ao longo dos anos, demoro uma eternidade para perceber se um tipo (cara) é ou não gay, a não ser que, como se diz na gíria, dê a maior bandeira (pinta). Cito três exemplos ocorridos em alturas distintas:
  • Um dia, num centro comercial de Lisboa (shopping), parei numa montra a ver óculos escuros. Reparei num anúncio com uma mensagem subliminar gay, à moda de Versace ou Dolce & Gabbana. Sinto um par de olhos presos na minha nuca. Viro-me e dou de caras com um fulano, novo, nitidamente a medir a minha reacção ao anúncio… Fiquei super atrapalhado e sai desastradamente. Já na rua, para meu desespero, percebo que o fulano me segue. Só não corri disparado por vergonha e demorou até ele desistir de me seguir.
  • Numa viagem de trabalho, com cerca de 20 pessoas de várias idades, fiz amizade com dois ou três quase da mesma idade que eu. Com um deles, a afinidade foi maior, pois descobrimos ter frequentado a mesma faculdade. Quando saíamos à noite, ele comportava-se como o maior engatatão (galinha), até que, já quase no fim da viagem, com uns copos a mais (e ele sempre bebia para lá da conta), começou com uma conversa muito estranha. Dei o devido desconto. A dada altura, começa a fazer-me festas no pescoço e a olhar-me nos olhos (na altura ainda não sabia esta, lol). Fiquei atrapalhado, mas ainda assim achei que era a bebida. Só muito mais tarde, percebi o que tinha acontecido e vim a saber, anos depois, que ele é, no mínimo, bissexual.

  • Outra viagem de trabalho, desta vez com um grupo menor e muito divertido. O mais animado de todos era um brasileiro, na altura a morar em Portugal, que se assumia como gay. Senti um certo desconforto na sua presença, porque fiquei sempre com a impressão de que muitas das suas palhaçadas eram uma forma de esconder uma certa tristeza e o medo de ser rejeitado. De regresso a Lisboa, marcámos um jantar de convívio. Caímos na noite, mas como na manhã seguinte era dia de trabalho, todos acabaram por sair da discoteca (boate), menos eu e ele. Não vi mal nenhum nisso, apetecia-me dançar e estava na minha. Do nada, começou a meter-se comigo e eu morri de vergonha, pois várias pessoas à volta aperceberam-se. Tentei ser delicado e disse-lhe que devia ter entendido errado. Reagiu muito mal e disparou: se não és gay porque ficaste aqui? Mais, porque passaste a mão na minha bunda quando na viagem andámos de limusina? Fiquei estático. Nada daquilo tinha fundamento. Para começar, na altura eu nem sequer me atrevia a pensar na hipótese de estar um dia com um homem, depois, mesmo que o desejo já estivesse latente, ele não me despertava a mínima tesão. Era-me totalmente indiferente como objecto de desejo.
Hoje, penso nestas três situações, que me marcaram, confesso, e tento perceber o que se passou. Não sou um tipo efeminado, acho que não dou pinta, o que aconteceu, sem eu me aperceber, que terá dado a estes três homens a ideia de que podiam avançar? Não sou feio (ups, olha a modéstia!), por isso poderei partir do princípio que ter-se-ão sentido atraídos por mim, mas acho que foi mais do que isso. Uma coisa é certa, não tenho porque mentir aqui, não demonstrei, em momento algum, interesse por nenhum, por isso se lhes passei um sinal, só pode mesmo ter sido involuntariamente.

O que me leva a concluir: será que existe mesmo um radar (intuição) gay? Será que, na época, mesmo sem desejo da minha parte, denunciei alguma curiosidade no olhar? Tenho dúvidas, mas, pelo sim, pelo não, se existe mesmo esse tal de radar, só espero que, de futuro, me traga algum proveito, pois de situações embaraçosas já tenho a minha conta! Lol

A fechar
Escrevi demais, não foi? Infelizmente, o poder de síntese nunca foi o meu forte. Só para terminar, quero dizer que fiquei sensibilizado com a camaradagem que depressa se cria nesta blogosfera “subterrânea”, como alguém lhe chamou. No mesmo dia em que iniciei o meu blogue, tive logo várias reacções e até troquei umas impressões por msn com o Bluebob. Para quem é ainda um outsider, o mundo virtual pode mesmo ser um achado. Obrigado.

19 comentários:

BlueBob disse...

Oz, o texto nao é longo nao. As vezes precisam ser assim pra podermos transmitir bem o que queremos.
Meu amigo esse tal de radar existe sim! São gestos, posturas, palavras que nós mesmos usamos e fazemos e que reconhecemos em outros. Já tive vários caras que suspeitei que eram, como eu digo, do lado rosa da força. O duro é tirar a prova, como saber? Chegar pro cara e perguntar: "e ai vc é gay?"

Bjs

Oz disse...

Bom... Terei de começar a ficar mais atento, então! Acho que a tal da pergunta é um pouco complicada de fazer, mas, às vezes dá vontade, sim, de pôr as cartas na mesa. Arrependo-me de não ter feito isso com o "cara" que mencionei no post e sobre o qual falarei mais tarde. Abraço.

AVENTURA disse...

Oz!

Não te prendas ao tamanho de teus textos, você ainda tem a preocupação de fazê-los e refazê-los, eu mesmo só disparo a falar e corrigir apenas a ortografia. Penso que estou numa conversa com amigos, e ai não tem como ficar medindo se estamos falando pouco ou muito, falamos até concluir o raciocinio. Quem tem interesse em ouvir (ler) vai até o fim, da conversa ou da escrita.

Quanto a esse "gaydar" concordo com o Blue, existe sim. eu tb sou figura nova na cena gay, mas já teve vezes de eu perceber algo a mais em um olhar...não é como eu leio por ai, exagerado, mas vem sempre aquela voz interior nossa dizendo..esse curte...e por vezes estava certo.

Volto a tua casa,

Um abraço!

Dawson disse...

Olá Oz!

Muito bom o teu blog.

Já está salvo nos meus favoritos.

Quanto ao radar gay (ou gaydar), acho que todos temos um pouco disso sim. Pelo menos achamos identificar um gay pelo jeito, olhar, trejeitos, enfim...

Abraço e bem-vindo!

=)

disse...

Nem longo nem chato!

Gostei bastante do teu texto, particularmente da análise que fazes à cultura GLBT. Quanto à questão do olhar... passa mesmo por aí e como se costuma dizer, e é bem verdade "um olhar vale mais que mil palavras", e muito raramente me enganei. Só que nem sempre se pode ou quer tirar a prova...

Mais uma vez parabéns pelo excelente texto.

Já é um favorito, e voltarei com regularidade!

Anónimo disse...

Entre um clique aqui e outro ali, vim parar ao seu blog. 'Estacionei' e estou em crer que serei visita assídua.
Parece-me ser, até então, o único comentário feminino. Mesmo assim, ouso.(Sorry!)
Depois de ler os seus dois posts, gostaria de dizer, que para mim as pessoas valem pelo que são e não pela sua orientação sexual. Adiante...!
Em relação ao radar gay... Depois de ter lido alguns éditos pela blogosfera sobre olhares gays, questionei dois amigos , também eles gays, sobre os mesmos. Como resposta obtive: Sim, é verdade! Através de um olhar conseguimos perceber se é ou não do nosso 'cube'. Confesso que sempre tive alguma dificuldade em entender, pois para mim não é o olhar mas sim o(s) sentir(es) que contam. Quanto muito, o olhar , será um 'fio condutor' até ao sentir. E esse sim, poderá trazer-nos muita 'informação'. Estarei assim tão equivocada?Possivelmente...

Quanto ao tamanho do texto, e como já alguém disse, não se deve prender a isso.

Espero que tudo corra pelo melhor nesta sua aventura pela blogosfera.

Saudações!

P-s.- Mais uma vez as minhas desculpas pelo comentário e pela extensão do mesmo.

S.

Oz disse...

Dawson:
Bem-vindo! Vou retribuir a visita logo que possível. Abraço.
Zé:
Bem-vindo também, gosto muito do teu blogue, que tem uma das estéticas (e conteúdo) mais interessantes que encontrei até agora. Fico feliz pelo comentário.
S.:
Era só o que faltava eu excluir pessoas do meu blogue. Está aberto a todos e, independentemente da orientação que venha a tomar no fururo, uma coisa é certa: nunca abdicarei das mulheres, e de tudo de bom que elas têm, na minha vida. Volte sempre que quiser. Gostei muito do comentário.

Anónimo disse...

pra mim é quase impossivel não notar que outra pessoa é gay rsrsrs, infelizemnte ou felizmente, não sei, eu tenho um ótimo sentido pra essas coisas, não só eu como meu namorado, tanto que é de costume amigos e amigas nos consulatrem, e pedirem nosso palpite, olha, até hj pelo que me lembro não errei :P
ai varias pessoas me falam que isso é lenda e tals, então pensei a respeito pra tentar descobrir o motivo desse meu "gaydar", e percebi que por todos os anos que me reprimi, sempre preocupado em não dar bandeira, acabei aprendendo como alguem que se reprime se comporta :p , então esse negócio de olhar nos olhos pra mim nem é tão necessa´rio, só de olhar a pessoa eu já sinto algo e tals, bom.. não dá pra explicar hehehe, é como meu namorado que sente a alma da pessoa, e ele sabe se a pessoa é bem intensionada ou não, tem muita gente assim com os sentidos agussados, e tem aquelas pessoas também que de olhar nos olhos das outras podem sentir as intenções das outras, ai vem aquela velha lenda dos olhos portas da alma, que os olhos não mentem, etc...

=]

gostei do seu post

Anónimo disse...

alias eu sou fã do seriado oz, incluse no meu blog tem um video da cena do beijo dele com outro homem, nossa eu pirava no cris meloni hahahah

=]

Anónimo disse...

amei portugal oz. morei em coimbra, mas ia direto para lisboa. um encanto! quero muito poder voltar logo. beijo. ;)

Oz disse...

Jovem Aventureiro:
És sempre bem-vindo!
Sampa:
Bem-vindo. Ainda bem que guardas boas recordações de Portugal!
Viajante interdimensional:
Bem-vindo também!

Maurice disse...

Olá,

Gostei dos teus dois textos.
Voltarei!
Quanto ao gaydar... fora exageros, existe e funciona! Mas não é nada de extraordinário: as pessoas homossexuais, atendendo a todos os condicionalismos e limitações da sua condição, são particularmente sensíveis e atentos aos pequenos sinais de identificação... Só isso.
Abraço e boas postas!

Manuel disse...

Antes de mais...muito obrigado pela visita lá por casa - a virtual, entenda-se...
Fiquei muito lisonjeado pelo link ao meu post, e devo-te dizer que o radar existe mesmo. É curioso porque ao ler o teu texto vamos encontrando pequenos pormenores identicos nas nossas histórias de vida e encontrei um denominador comum: a necessidade do anonimato. Ao contrário de ti, sei o que é beijar um Homem...
Tal como tu, odeio gay prides e Priscilas esvoaçantes. São estes carnavais que vão perpetuando o estereotipo do gay abichanado com tendencias femininas.
Quanto à tua duvida...sem teres consciencia activaste o teu olhar gay, e houve um receptor que descodificou a mensagem...
Sou assistente no ensino superior, e como podes calcular, tenho de tudo à minha frente quando tenho 40 caramelos especados para mim. Tenho que ter cuidado quando fito os alunos nos olhos, também entre eles existem gays, e não posso correr riscos. Atenção: nunca olhar olhos nos olhos de homens, nem que seja por segundos.
Um abraço grande.

Oz disse...

Maurice:
Bem-vindo, volta sempre que quiseres.
Manuel:
Obrigado por retribuires a visita (virtual, entenda-se). Vou lembrar-me do que aqui me disseste. Abraço.

Anónimo disse...

A tua dissertação sobre a intuição gay está muito interessante. se queres a minha opinião eu penso que não há nenhum sexto sentido na coisa. o que acontece é que á primeira troca de olhares se estiveres na presença de um gay ele não se sente incomodado com o olhar de outro homem antes o incentiva , se não for então rejeita-o de imediato numa atitude de macho latino suavemente homofobico ou receando interpretações indevidas. É no fundo este mecanismo que permite que sempre saibamos se estamos na presença de alguém que está receptivo ou não.

Anónimo disse...

ozzzz!
primeiro gostaria de dizer que adorei a proposta do blog, e espero que ela continue a mesma, que vc nao use a pornografia para receber mais visitas; fato que jah ocorreu em alguns blogs que frequento ou frequentava
sobre o gaydar, acredito que ele exista sim. como jah foi dito em comentarios anteriores, nao de forma tao exagerada. tb nao tenho experiencia no meio gay, apesar de jah saber ha algum tempo que sou, mas dos caras que eu desconfiei que fossem chegados no "lado rosa da força" (adorei essa expressao, vlw bluebob), a maioria eh
como tb jah foi dito, nao se preocupe com o tamanho do texto. use o que for necessario para mostrar seus pensamentos. será sempre um prazer ler o que vc tem a dizer
abraços

Anónimo disse...

O olhar de uma pessoa sempre passa uma mensagem. Ele mostra se a pessoa está triste, zangada, preocupada. Mostra se gosta ou não gosta de uma pessoa. E mostra se há interesse sexual. Acho que é por aí.

Posso também citar como exemplo a primeira vez que eu troquei esse tipo de olhar com um homem. Foi quando eu conheci o meu namorado. No que eu o vi eu senti interesse (porém não entendi esse interesse de imediato) e ele sentiu interesse sexual assim que me viu. Quando nos olhamos nos olhos ao sermos apresentados, foi uma coisa muito estranha. Parecia haver uma mensagem no olhar, pareceu haver uma troca de energia. Eu achei ele tão lindo que eu volta e meia olhava para ele, quando ele não estava olhando, e o admirava. Ele notou isso. Acho que o gaydar se ativa desta maneira: ao notar interesse no olhar, e ao notar que o outro continua de alguma forma demonstrando interesse. Eu demonstrei interesse, sem saber que o estava fazendo. Ele notou de imediato o meu interesse. E eu, inexperiente, só notei o interesse dele quando ele deixou bem claro.

Pensei em comentar as 3 situações que você mencionou em seu post. Você ficou confuso sem saber se havia dado algum sinal errado a eles, ou porque eles teriam ficado com a impressão de que poderiam avançar. Eu acho que tenho uma idéia, então vou dar a minha opinião (que é só a minha opinião, e posso estar errado).

Caso 1: Você prestou atenção no anúncio com mensagem subliminar gay. Talvez você tenha reagido de forma diferente da que um homem hetero teria reagido. Digamos que um hetero não teria tido interesse e teria olhado para o anúncio por menos tempo e com menos interesse. Talvez o fulano tenha percebido que você olhou para o anúncio por alguns segundos a mais, e que a mensagem subliminar gay tenha ativado o seu interesse ou curiosidade. E talvez por você ter ficado atrapalhado ao notar que ele estava olhando, talvez isso também tenha sido interpretado como um sinal.

Caso 2: Talvez ele não tenha usado o gaydar dele. Talvez estivesse se arriscando, pois sentiu-se atraído por você, e como estava bêbado, näo teve medo de levar um fora e resolveu dar em cima.

Caso 3: Nesse caso, o rapaz é claro que achou que você fosse gay. Qualquer gay teria achado isso. Geralmente o que acontece é que todos os heteros caem fora, não têm coragem de ficar sozinhos com o gay na boate quando os outros vão embora. Você ficou, por isso ele achou que você devia ser gay.

Um abraço.

Oz disse...

Muito bem visto, Luciano. Obrigado.

TD disse...

olA! ;)
parabens em primeiro lugar pelo blog, em segundo também detesto as ditas bichas, mas cada um o seu..
vi um programa muito interesante do bbc a uns dias em que meteram uns "oculos" para ver onde os partecipantes olhavam...
descobriu-se que apesar das pessoas nao tarem olhar conscientemente para a pessoa mais atractiva da sala ( depois interogados nem se lembravam do tipo!! ou tipa) passavam 60% do tempo com os olhos na pessoa, e depois focavam outra vez para aquilo que queriam ver...
ou seja e bem possivel que alguem que seja gay mas ele proprio ainda não o sabe, ja esteja inconscientemente a ver o tipo mais atractivo na sala..